Final entre Liverpool e Milan ficou conhecida como Milagre de Istambul

Nesta quarta-feira (15), a Liga dos Campeões tem um confronto histórico: Liverpool x Milan, partida válida pela primeira rodada do Grupo B. Em Anfield Road, os Reds e o Rossonero terão a oportunidade de reviver a decisão da temporada 2004/05 do torneio europeu, que ficou conhecida como Milagre de Istambul. 

Motivo de lembrança para torcedores de todo o planeta, a decisão de 16 anos atrás também foi assunto para o goleiro Alisson. O brasileiro se referiu ao Milagre de Istambul como um jogo "inacreditável". O SBT Sports relembra a final da Liga dos Campeões de 2005 abaixo.

Os times 

Campeão do torneio na edição 2002/03, o Milan possuía certo favoritismo diante do Liverpool. A equipe de Carlo Ancelotti era notavelmente forte, formada por jogadores de nível reconhecido. A escalação do Rossonero na decisão foi a seguinte: Dida, Cafu, Stam, Nesta e Maldini; Pirlo, Gattuso, Seedorf e Kaká; Shevchenko e Crespo

Do outro lado, o Liverpool era finalista do torneio europeu depois de 20 anos. Os comandados de Rafa Benítez não tinham o mesmo nome dos adversários, mas vinham de uma trajetória consistente na competição, passando por clubes como Juventus e Chelsea. Os Reds foram a campo com o seguinte time: Dudek, Final, Carragher, Hyypiä e Traoré; Xabi Alonso, Gerrard, Luís García e Riise; Kewell e Barros.

Primeiro tempo

Os 45 minutos iniciais foram um passeio milanista, a começar logo pelo primeiro giro do ponteiro, quando o experiente Maldini abriu o placar com um minuto de jogo. Sem acertar na marcação, a defesa do Liverpool teve dificuldade para achar Kaká, Shevchenko e Crespo. O trio participou dos outros dois gols anotados pelo Rossonero ainda na primeira etapa.

O primeiro foi uma jogada que envolveu os três jogadores: Kaká passou para Shevchenko, que entrou em velocidade pela direita da área e serviu Crespo, e o argentino apenas complementou para as redes de Dudek. No terceiro tento do Milan, o brasileiro deu um passe incrível para o atacante argentino, que venceu o goleiro adversário com um toque por cima. 3 a 0 para a equipe de Ancelotti na primeira etapa.

Segundo tempo

A história se inverteu na segunda etapa. O time de Rafa Benítez mudou completamente, sendo movido pela torcida do Liverpool, que cantava "You'll Never Walk Alone" nas arquibancadas do Estádio Olímpico Atatürk. A decisão ficou com o placar empatado em apenas 15 minutos.

O primeiro gol dos Reds foi marcado por Gerrard, de cabeça. Na comemoração, o capitão saiu motivando os companheiros de equipe. Dois minutos depois, o tcheco Smicer arriscou de fora da área e conseguiu bater Dida. Empolgado, o Liverpool seguiu atacando o Milan e, em pênalti de Gattuso em Gerrard, o time inglês conseguiu a oportunidade do empate. Xabi Alonso bateu e parou no goleiro brasileiro no primeiro momento, mas conseguiu balançar a rede no rebote. A igualdade no placar fez com que as equipes baixassem o ritmo.

Prorrogação

Os seis gols da finalíssima e todas as cenas registradas em Istambul pareciam ter afetado os dois times, que seguiram com ritmo abaixo até durante a prorrogação. A única chance dos últimos 30 minutos de bola rolando foi uma sequência incrível de defesas de Dudek, que evitou duas tentativas de Shevchenko no mesmo lance.

Pênaltis

Na marca da cal, o estado anímico do Milan foi notável. O Rossonero perdeu três das cinco cobranças: Serginho bateu para fora, enquanto Pirlo e Shevchenko pararam em Dudek. O norueguês Riise foi o único jogador do Liverpool que perdeu um dos pênaltis dos Reds. Hamann, Cissé e Smicer confirmaram o quinto título de Liga dos Campeões do time inglês. Estava feito o Milagre de Istambul. 

A consagração do ídolo Gerrard e o caminho do Liverpool

A Orelhuda, como é conhecido o troféu da competição europeia, foi levantada por Steven Gerrard, tido como o principal jogador do Liverpool no Milagre de Istambul. A incrível vitória da equipe inglesa teve o camisa 8 como o principal nome. Campeão europeu, os Reds jogariam a primeira edição reformulada do Mundial de Clubes. O time inglês parou no São Paulo de Rogério Ceni.

Os efeitos da derrota no Milan

Não foram bruscas as soluções do Rossonero após o triunfo do Liverpool. O único jogador que deixou a equipe foi o argentino Hernán Crespo, que retornou ao Chelsea meses depois. A derrota, no entanto, ficou eternizada. A final da Liga dos Campeões de 2005 é motivo de lembrança para sempre. O Milan conseguiu aliviar os traumas de decisão dois anos depois, quando bateu o time inglês na finalíssima da edição de 2006/07. Mas este é um assunto para outro dia.