A relação entre Flamengo e Paolo Guerrero, que começou com protagonismo em campo, ganha mais um capítulo amargo fora das quatro linhas. O clube sofreu uma nova derrota na Justiça no processo que move contra o ex-atacante, envolvendo o pagamento de R$ 1,8 milhão em direitos de imagem durante o período em que Guerrero esteve suspenso por doping, entre 2017 e 2018.
Nesta semana, o desembargador responsável rejeitou a apelação do Rubro-Negro, mantendo a decisão de primeira instância que nega o pedido de ressarcimento. Segundo a Justiça, como o contrato não previa a suspensão de pagamentos em caso de doping, o clube não tem respaldo para exigir a devolução dos valores.
A disputa começou após Guerrero testar positivo para um metabólito da cocaína em novembro de 2017, durante jogo da seleção peruana. Mesmo afastado dos gramados, o atacante continuou recebendo os valores referentes a direitos de imagem. Após sua saída do clube, em agosto de 2018, o Flamengo acionou a Justiça para reaver o montante pago durante o período de suspensão.
Agora, com a derrota no recurso, o clube também terá que pagar 15% do valor da causa em honorários advocatícios. Guerrero ainda não se pronunciou publicamente, e o Flamengo avalia se recorrerá a instâncias superiores. Internamente, no entanto, o reconhecimento é de que as chances de reversão são pequenas.
A batalha jurídica simboliza o fim melancólico de uma relação que prometia ser vitoriosa. Guerrero chegou ao clube com status de ídolo, mas deixou sem títulos expressivos e com a polêmica da suspensão. O processo, que se arrasta há quase seis anos, reforça os ruídos que marcaram o pós-relacionamento entre atleta e clube.