Resiliência define a trajetória de Rebeca Andrade, a ginasta de Guarulhos que conquistou Paris com sua arte e garra. Aos 25 anos, Rebeca encerra sua participação nas Olimpíadas não só com quatro medalhas, mas como a maior atleta olímpica do Brasil, superando lendas como Robert Scheidt e Torben Grael.
Nascida na periferia de Guarulhos, São Paulo, Rebeca mudou-se para o Rio de Janeiro na adolescência para treinar pelo Flamengo. Sua origem humilde é uma fonte de orgulho e uma constante em sua vida e carreira. Na Olimpíada de Tóquio, ela escolheu o funk "Baile de Favela" como trilha sonora de suas apresentações no solo, uma homenagem às raízes da favela São Rafael, em Guarulhos, e outras comunidades.
Em Paris, a música "Movimento da Sanfoninha", de Anitta, embalou sua apresentação vitoriosa no solo, onde conquistou o ouro, superando a favorita Simone Biles.
Este triunfo é notável considerando os desafios que Rebeca enfrentou ao longo dos anos, incluindo três graves lesões no ligamento cruzado anterior. A primeira lesão veio em 2015, mas ela se recuperou a tempo de ser decisiva para a equipe brasileira nas Olimpíadas do Rio em 2016. Lesões subsequentes em 2017 e 2019 não conseguiram deter sua ascensão.
Além do sucesso olímpico, Rebeca brilhou no Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2023, onde conquistou um total de cinco medalhas, destacando-se com ouro, pratas e bronze. Em Paris, além do ouro no solo, ela ajudou a equipe brasileira a conquistar o bronze e adicionou duas pratas ao seu impressionante palmarés, no individual geral e no salto.