Barcelona pode ser até rebaixado por escândalo envolvendo arbitragem
Pagamentos do clube catalão à empresa de ex-vice-presidente de arbitragem violam estatutos da federação espanhola; presidente da LaLiga se posiciona

SBT Sports
16/02/2023 às 16:15 • Atualizado 08/12/2023 às 20:59
O Barcelona pagou R$ 7,6 milhões à empresa DASNIL 95 SL, propriedade de Enríquez Negreira, ex-vice-presidente do comitê de arbitragem da Espanha. Desta forma, o clube catalão teria violado os estatutos da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), podendo ser rebaixado. Os pagamentos foram revelados nesta semana pelo portal catalão "Cadena Ser" e detalhados pelo também catalão "El Mundo".
De acordo com a publicação, foram feitos 33 pagamentos à empresa de Negreira, todos com valores distintos, que variaram de R$ 168 mil a R$ 508 mil. Os débitos foram encerrados em 2018, ano em que o então vice-presidente do comitê de arbitragem deixou o cargo.
O escândalo se enquadraria no artigo 22 do regulamento da RFEF, que trata sobre os direitos e obrigações fundamentais dos associados. De acordo com o artigo, o clube possui "a obrigação de abster-se de realizar qualquer atividade que ponha em perigo a integridade da RFEF ou das suas competições, ou implique o descrédito do futebol", além de "abster-se de aceitar ou dar presentes, bem como de aceitar ou dar qualquer benefício que possa razoavelmente ser considerado excessivo de acordo com a cultura e os costumes locais, incluindo convites de terceiros que tenham interesses futuros nas decisões da RFEF".
O caso, a princípio, está nas mãos do Ministério Público local, e não com a RFEF, sendo Enríquez Negreira o único investigado pela Procuradoria de Barcelona. Já o clube está sob suspeita de imperícia.
O caso pode ser incluído como uma infração gravíssima do Real Decreto da Disciplina Desportiva, publicado no Boletim Oficial da Espanha e que tem, em seu artigo 14, descrito que "ações destinadas a predeterminar, por preço, intimidação ou simples acordos, o resultado de uma partida ou competição" podem levar a perda de categoria ou rebaixamento.
Nesta quinta-feira (16), o presidente da LaLiga, Javier Tebas, se manifestou sobre o tema. De acordo com ele, não haverá sanções esportivas para o clube catalão.
"Não é possível que existam sanções disciplinares. Se passaram cinco anos, e esse tipo de sanções prescrevem após três anos de terem sido produzidos (as irregularidades). A nível esportivo não é possível, mas pode haver sim a nível penal. Agora está o Ministério Público investigando os feitos que podem ser um delito entre particulares", afirmou Tebas.