Ginastas americanas processam FBI em R$ 4,8 bi por falha em caso de abuso sexual
Campeã olímpica Simone Biles está entre as atletas que alegam que o departamento de investigação negligenciou atos abusivos do médico esportivo Larry Nassar

SBT Sports
08/06/2022 às 15:35 • Atualizado 08/12/2023 às 18:54
A campeã olímpica de ginástica Simone Biles e outras atletas da categoria estão processando o FBI em mais de US$ 1 bilhão (dólares), cerca de R$ 4,8 bilhões de reais, por falhas na condução da investigação do caso de assédio e abuso sexual do médico Larry Nassar, que atuava com a equipe feminina dos Estados Unidos. As ginastas alegam que o órgão não agiu com a seriedade e urgência que o caso exigia.
Segundo a denúncia, o FBI tinha conhecimento dos atos de Nassar desde 2015, mas não tomou uma providência de imediato, o que fez com que o médico continuasse a praticar assédio por mais um ano e meio após a primeira queixa. De acordo com a também campeã olímpica McKayla Maroney, sua denúncia não só foi registrada com um atraso de 17 meses como também foi adulterada.
"Depois de contar toda a minha história de abuso ao FBI em 2015, não apenas o FBI não relatou meu abuso, mas quando finalmente documentou minha denúncia 17 meses depois, fizeram afirmações totalmente falsas sobre o que eu disse", afirmou.
Durante seu trabalho com a seleção dos EUA de ginástica olímpica, Nassar vitimou 150 mulheres. O médico foi condenado a 60 anos de prisão, em 2017, por possuir materiais de pornografia infantil e, em 2018, por assédio sexual, em uma pena que varia de 40 a 175 anos.
Emocionada, Biles discursou no Senado americano em busca de uma retratação do FBI. "Não quero que nenhuma outra atleta sofra o horror que eu vivi. Sofremos e seguimos sofrendo porque ninguém fez o necessário para nos proteger. Falharam conosco e merecemos respostas. Nassar está no lugar a que pertence, mas aqueles que permitiram os abusos têm de prestar contas", disse.