Téo José detona Ceni e Guto Ferreira após episódios de violência no futebol
"Tem de levantar a voz contra o que está acontecendo. Se vocês não fizerem isso, ninguém vai fazer", comentou o narrador

SBT Sports
01/03/2022 às 00:40 • Atualizado 08/12/2023 às 18:29
O narrador do SBT Téo José, que esteve à frente do Arena SBT desta segunda-feira (28), detonou a postura branda dos técnicos Rogério Ceni, do São Paulo, e de Guto Ferreira, do Bahia, diante dos episódios lamentáveis de violência no futebol brasileiro.
Na última sexta-feira (25) e no último sábado (26), Bahia e Grêmio foram alvos de ataques, respectivamente. Uma bomba explodiu dentro do ônibus do Tricolor na chegada à Fonte Nova, ferindo o goleiro Danilo Fernandes, que foi atingido por estilhaços no rosto e terá de passar por cirurgia. Já o Imortal teve o ônibus apedrejado por torcedores do Internacional. O meio-campista Villasanti teve traumatismo craniano e concussão cerebral, além de escoriações no rosto e trauma no quadril. Para Téo, o treinadores devem "levantar a voz" contra os atos.
"Me desculpe Rogério Ceni. Eu acho horroroso quando você diz que a classe tem de depender de sindicatos e organizações mais fortes. Não. Se cada um levantar a voz contra a violência. A gente acabou de mostrar você aqui. Você poderia ter dito coisas mais duras. Você disse: ?acho que atacaram o ônibus do Grêmio?. Não, cara. Vai saber o que aconteceu. É gente que está na sua profissão. Você fica esperando o que? Que a imprensa fique dizendo que não adianta nada? Você tem de cobrar dos jogadores também. Os jogadores têm de ter peito", declarou Téo José, que acrescentou:
"Seu Guto Ferreira, treinador do Bahia, tem de ter perito para falar assim: ?Não vamos jogar?. O Guto foi o primeiro a dizer ?vamos jogar?. Jogaram uma bomba no ônibus do Bahia. Uma bomba. Isso é um ataque terrorista. É totalmente idiota e imbecil bomba na Ucrânia, agora bomba no ônibus em um ônibus de futebol do Bahia isso aí virou anarquia. Agora ele vai dizer que tem de aceitar? Não tem não, Rogério Ceni. Tem de levantar a voz contra o que está acontecendo. Se vocês não fizerem isso, ninguém vai fazer."
O @teojose não poupou nada. Ele soltou o verbo, SIM.
? SBT Sports (@sbt_sports) March 1, 2022
Bomba no ônibus do Bahia, pedrada que acertou Villasanti, invasão da torcida do Paraná... até quando, gente? #ArenaSBT pic.twitter.com/emTAP2c8L7
Após o atentado, Guto Ferreira decidiu jogar o duelo contra o Sampaio Corrêa. Já Rogério Ceni afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda, que pela classe futebolística não ter "coesão e sindicatos tão fortes", jogadores e técnicos seguem "tocando a vida".
"Reflexo do que é a sociedade no nosso país, do que é a educação no nosso país. Se tivéssemos uma classe bem unida, parava tudo. Teve no Paraná, invasão de campo, tentando bater em jogador... Não faz mais sentido, perdeu o sentido. Mas como nós não temos tanta coesão e sindicatos tão fortes, infelizmente a gente vai tocando a vida", disse Rogério, que complementou:
"Aí falam 'quando acontecer uma desgraça', mas já aconteceu. O menino do Grêmio teve que ir para o hospital. Reflexo do que virou o país, do que o ser humano entende como vida. Infelizmente não damos sinal de melhora como seres humanos. Quando acontecer alguma coisa assim, para o futebol. E olha que tem países que eu tenho certeza que parariam com o futebol se tivessem acontecimentos como esse. Mas como não para, tudo segue, muitos clubes endividados e toca-se da maneira que for possível... Se fosse sério mesmo, acho que deveria ter parado o futebol diante desses acontecimentos. Foram coisas suficientes para parar tudo."