Entenda a audiência pública que discutirá liberação de álcool em estádios de São Paulo
Projeto de Lei busca liberar comercialização de bebidas, visando novas receitas e melhora da experiência

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sediará nesta segunda-feira (29) uma audiência pública para discutir um Projeto de Lei que propõe a liberação da venda de bebidas alcoólicas em estádios. A medida, que permitiria a comercialização de bebidas com até 15% de teor alcoólico, está em tramitação desde 2023 e já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
A iniciativa conta com o apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF) e dos presidentes dos clubes das três primeiras divisões do estado. O veto à venda de álcool em jogos de futebol em São Paulo existe desde 1996, após um incidente entre torcidas. No entanto, a proibição não se aplica a shows ou outros eventos realizados nas mesmas arenas, como a Fórmula 1.
Especialistas e representantes do setor defendem a liberação, argumentando que a medida pode impulsionar as receitas dos clubes em até 30%, reduzir a informalidade (já que a venda ilegal ocorre nos arredores dos estádios) e gerar novos empregos. Além disso, destacam que a liberação, acompanhada de campanhas de conscientização e regras claras, pode corrigir uma incoerência, já que outros estados e eventos já permitem a prática sem comprovação de aumento da violência.
"O futebol paulista tem que liberar bebida alcoólica nos estádios. Nos arredores das arenas, é possível encontrar diversos ambulantes vendendo os produtos sem repassar nada para os clubes. Com essa nova liberação na NFL, considero como um passo importante para o retorno das bebidas, importante aspecto para a rentabilização dos eventos esportivos”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que administra espaços premium em estádios de São Paulo.
“A liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios paulistas, desde que feita com planejamento e regulação adequados, pode corrigir a incoerência existente hoje, gerar receitas adicionais para os clubes e para toda a cadeia de entretenimento esportivo, além de reduzir a informalidade e a perda de arrecadação com a comercialização nos arredores das arenas. O debate não deve ser restrito a permitir ou proibir, mas sim à construção de um modelo regulatório equilibrado, com regras claras, limites definidos, campanhas de conscientização, reforço da segurança e responsabilização rigorosa dos infratores", acrescenta Talita Garcez, sócia do Garcez Advogados e Associados, escritório especializado em direito desportivo.
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