O bronze da seleção feminina de vôlei nas Olimpíadas de Paris, neste sábado (10) contra a Turquia, encerrou o ciclo de mais de 10 anos de Thaísa com a amarelinha. Aos 37 anos, a central conquistou o bicampeonato olímpico em 2008 e 2012 e agora faturou a terceira medalha, a de bronze.
Além da trajetória olímpica vitoriosa, a atleta é pentacampeã do Grand Prix e foi vice-campeã mundial em 2010, entre outras campanhas destacadas.
Thaísa ficou fora de Tóquio 2020, no vice-campeonato contra os Estados Unidos, e voltou para a seleção em 2022. Depois do Rio 2016, quando o Brasil parou nas quartas de final, a jogadora sofreu seguidas lesões e chegou a pensar em rever a carreira de atleta.
Hoje, em sua despedida, Thaísa deixou a quadra com 17 pontos e foi a segunda melhor definidora do time brasileiro. O Brasil venceu a Turquia por 3 sets a 1, em parciais de 25/21, 25/27, 22/25 e 25/15.
"Acabou. Quando eu abracei meu marido, eu falei isso, e ele falou ‘é, acabou’. Não tinha entendido o ‘acabou’. É um acabou de encerrou um ciclo. Foi uma vida dentro da Seleção, tanto de base, quanto adulta. Que só a gente que tá aqui sabe tudo o que a gente passa, sabe de tudo o que a gente tem que superar e aguentar pra tá aqui. Não é fácil, mas é muito amor pelo o que a gente faz, sabe? E acabou agora. Agradecer muitos às meninas, a Gabi, por tudo o que elas fizeram e se esforçaram por mim. Eu queria muito trazer o ouro pra elas. Mas, assim, esse bronze pra gente vai valer ouro. Esse grupo merece esses louros porque eu nunca vi um grupo tão dedicado, um grupo querer tanto, de verdade. A nossa geração (a minha) também queria, mas era diferente. Eu senti uma gana diferente nesse grupo, muito novo, e se encontrando. Eu abracei a Di (Diana, central) e falei: ‘Di, toma, que é teu o bastão, agora assume, que eu vou sair, e faz acontecer'", desabafou Thaísa.
"E eu tenho certeza que elas vão fazer, por tudo que elas tão construindo. Eu tenho muito orgulho de ter feito parte disso. Mas dói né? Tô feliz e triste ao mesmo tempo. Eu só tenho que agradecer demais à esse grupo que me acolheu com muito amor, com muito carinho. Elas nunca pensaram em ‘ah é de outra geração, tá entrando’, pelo contrário, elas me acolheram como se eu fizesse parte daquilo ali e me abraçaram sabe? Era mami mesmo. E foi maravilhoso o quanto durou e eu só quero assisti-las e torcer muito, que eu tenho certeza que vão vir muito mais medalhas pela frente, eu confio muito nisso", completou a central.
Neste domingo (11), após a final Estados Unidos x Itália, às 8h, pelo horário de Brasília, o Brasil vai participar da cerimônia de premiação do vôlei feminino nas Olimpíadas de Paris 2024. Em 32 anos, o vôlei brasileiro nunca deixou de receber uma medalha olímpica, entre ambos os naipes, e não seria diferente desta vez.