Ministério Público da Espanha recorre de absolvição a Daniel Alves
Órgão destacou que houve provas suficientes para a condenação

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07/05/2025 às 14:30 • Atualizado 07/05/2025 às 15:50
O Ministério Público da Espanha apresentou, nesta quarta-feira (7), um recurso à Suprema Corte do país contra a decisão que anulou a condenação do ex-jogador Daniel Alves por estupro.
A promotoria contesta a anulação da pena de 4 anos e 6 meses de prisão, decidida em março de 2024, que diz que o relato da vítima sobre o caso não era confiável o suficiente para a condenação do jogador.
Segundo informações do jornal El País, o recurso da promotoria se baseia na credibilidade do relato da jovem, de 23 anos, que acusa Alves de abuso sexual ocorrido em 31 de dezembro de 2022, nos banheiros da boate Sutton, em Barcelona. Para os promotores, a decisão de anular a sentença desconsidera que o julgamento inicial foi "exaustivo e absolutamente racional".
Entre os elementos usados como prova no processo estão a própria confissão de Daniel Alves sobre a relação sexual — que ele afirma ter sido consensual —, e a análise de material genético encontrado na boca da vítima. O MP reforça ainda que houve contradições nas diferentes versões dadas pelo ex-jogador ao longo da investigação: ele apresentou ao menos cinco versões distintas dos fatos.
A condenação original foi anulada com base na avaliação de que o depoimento da vítima divergia das imagens de câmeras de segurança da boate. Os juízes entenderam que tais contradições comprometeriam a consistência do relato.
Daniel Alves, ex-lateral do Barcelona e da seleção brasileira, passou 14 meses preso no centro penitenciário Brians, em Barcelona. Ele deixou a prisão após pagar uma fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões). Com pena anulada, ele pôde recuperar seus passaportes brasileiro e espanhol.
Agora, caberá à Suprema Corte da Espanha avaliar o recurso do Ministério Público e decidir se restabelece a condenação de Daniel Alves ou mantém a anulação da sentença.