Modificado, Brasil perde para a Bolívia, que vai para a repescagem
Na altitude de 4.100m de El Alto, seleção sofre primeiro revés sob o comando de Ancelotti

Jogada 10
Jogando recheado de reservas e demonstrando desentrosamento, a Seleção Brasileira conheceu sua primeira derrota sob o comando de Carlo Ancelotti. Foi nesta terça-feira (9), contra a Bolívia, por 1 a 0, na altitude de 4.100m do estádio Municipal, em El Alto, pela última e definitiva rodada das Eliminatórias da América do Sul. O placar valeu e muito para os bolivianos, fora da Copa do Mundo desde 1994. Afinal, com esta vitória – a primeira contra o Brasil desde 2009 (sete jogos) -, a seleção da casa garantiu vaga na repescagem da Fifa.
Os efeitos da altitude foram visíveis na Canarinho, com jogadores sofrendo já nos minutos iniciais. Assim, com o revés, a Seleção termina sua participação nas Eliminatórias em quinto, com 28 pontos. É, dessa forma, o pior aproveitamento do Brasil no qualificatório da Conmebol.
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Primeiro tempo
Jogando na altitude, as armas da Bolívia eram, de fato, os chutes de média/longa distância. Não à toa, com apenas seis minutos, já eram duas finalizações dessa maneira para os bolivianos. Numa delas, Alisson precisou realizar bela defesa. Ao fim da primeira etapa, o número de chutes dos donos da casa era de 14 contra apenas quatro do Brasil.
Afinal, desentrosada e claramente sentindo os efeitos da altitude, a Seleção só criou chances na reta final. Primeiro, com Richarlison, em chute travado pelo lado esquerdo. Depois, Andrey Santos acionou Luiz Henrique na ponta direita, e o craque do Zenit arriscou de canhota. Nas mãos de Lampe, porém.
Aos 45′, o árbitro Cristian Garay (CHL) foi ao VAR após Bruno Guimarães derrubar Roberto Fernández dentro da área. Miguelito, ex-Santos e atualmente no América-MG, cobrou com perfeição o pênalti, vencendo o goleiro Alisson. Foi o primeiro gol sofrido pelo Brasil na Era Ancelotti.
Segundo tempo
À frente no placar, a Bolívia passava a mastigar o jogo, buscando sofrer e cometer faltas para diminuir o ritmo. Afinal, as notícias dos gols da Colômbia, que enfiou incríveis 6 a 3 na Venezuela, chegavam aos torcedores presentes em El Alto e, consequentemente, aos jogadores em campo. Assim, com o resultado parcial, a vaga na repescagem era da Bolívia, que só a perderia caso sofresse gol brasileiro, o que trouxe contornos dramáticos ao duelo.
Ancelotti não queria saber de perder, promovendo quatro mudanças ao mesmo tempo e trazendo titulares a campo. Marquinhos, Raphinha, Estêvão e João Pedro entraram, buscando dar mais equilíbrio e posse de bola à Seleção. Minutos mais tarde, Jean Lucas também pode fazer sua estreia com a Amarelinha. No entanto, o Brasil não se encontrava. E, aos gritos de “sí, se puede” (“sim, se pode”, em tradução literal), a Bolívia conseguiu segurar o resultado que pode recolocá-la na Copa do Mundo após sete edições fora.
Próximos passos de Bolívia e Brasil
Com o fim das Eliminatórias, o Brasil agora se volta para amistosos preparatórios visando a Copa do Mundo. Primeiro, a Seleção retorna à Ásia, continente onde conquistou seu último título mundial, em 2002. A Canarinho enfrenta, dessa forma, a Coreia do Sul, no dia 10 de outubro, e o Japão, no dia 14, em amistosos oficiais.
Já a Bolívia aguarda pela repescagem da Fifa, que está marcada para março de 2026, no México. Lá, seis seleções de diferentes confederações (menos Uefa) disputarão playoffs em duas fases (quatro jogos), sendo que as duas melhores do Ranking da Fifa entram na fase final. A definição dos confrontos sairá através de sorteio.
BOLÍVIA 1 x 0 BRASIL
Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo 2026 – 18ª rodada
Data-Hora: 9/9/2025, terça-feira, 20h30 (de Brasília)
Local: Municipal de El Alto, em El Alto (BOL)
Gol: Miguelito, 45+3’/1ºT (1-0);
BOLÍVIA: Lampe; Medina Román (Yomar Rocha, 45’/1ºT), Haquín, Morales e Roberto Fernández; Vaca Moreno (Cuéllar, 15’/2ºT), Robson Matheus e Villamil; Miguelito, Enzo Monteiro (Algarañaz, 24’/2ºT) e Paniagua. Técnico: Óscar Villegas
BRASIL: Alisson; Vitinho (Marquinhos, 15’/2ºT), Fabrício Bruno, Alexsandro e Caio Henrique; Andrey Santos (Jean Lucas, 27’/2ºT), Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique (Raphinha, 15’/2ºT), Samuel Lino (Estêvão, 15’/2ºT) e Richarlison (João Pedro, 15’/2ºT). Técnico: Carlo Ancelotti
Árbitro: Cristian Garay (CHL)
Assistentes: Miguel Rocha (CHL) e Juan Serrano (CHL)
VAR: Rodrigo Carvajal (CHL)
Cartões Amarelos: Bruno Guimarães, Fabrício Bruno (BRA)