De volta à seleção, Éder Militão revela que pensou em "parar" após lesões
Zagueiro faz forte desabafo em coletiva, explica características de Ancelotti e celebra retorno à canarinho

O zagueiro Éder Militão concedeu forte entrevista coletiva antes do treino da Seleção Brasileira no Goyang Stadium, em Seul, na Coreia do Sul, na manhã desta quarta-feira (8) – noite para os atletas, que estão do outro lado do mundo.
O jogador do Real Madrid revelou que pensou em parar de jogar futebol após sua segunda grave lesão no joelho. Ao todo, o atleta perdeu 445 dias se recuperando de rupturas do ligamento, o que fez com que Militão pensasse na aposentadoria, como revelou aos jornalistas na sala de imprensa do estádio sul-coreano.
“Na segunda lesão, passaram muitas coisas pela minha cabeça. Pensei em parar de jogar bola, porque não é fácil, mas, com a ajuda da minha esposa, da minha filha e dos companheiros, hoje estou aqui para jogar bem”, revelou o atleta.
Ele seguiu na resposta, admitindo que as contusões o fizeram pensar de maneira diferente sobre a vida. Para o zagueiro de 27 anos, a família e Deus foram preponderantes para sua recuperação:
“Foram dois anos difíceis, com duas lesões muito complicadas. Na segunda, você encara de outra forma por já saber do processo. Não é uma coisa fácil de lidar, tem que estar muito apegado a família, a Deus… É algo que te tira da rotina, do que está acostumado a fazer. De repente, você fica em casa dependendo de uma ajuda, de alguém fazer as coisas para você. Graças a Deus, me recuperei, voltei ao grande nível, o que não é fácil”.
Sobre campo e bola, o jogador do Real Madrid respondeu acerca de sua posição preferida. Afinal, se acostumou a jogar tanto na zaga, como na lateral-direita. Apesar de confirmar que hoje em dia atua mais como zagueiro, revelou que jogaria em qualquer posição requerida pelo treinador:
“Hoje, eu sou zagueiro. Tive algumas passagens como lateral no São Paulo, no Porto, na Copa do Mundo… Não tenho problema em jogar ali, mas esse tempo todo venho jogando de zagueiro. O importante é estar no meio, independentemente de onde jogar, vou dar o meu máximo para ajudar”.
Falando em treinador, Militão celebrou a primeira convocação com Carlo Ancelotti. O italiano, aliás, foi seu comandante durante anos no Real Madrid:
“Vou ter, sim, que correr atrás desse espaço, brigar, porque temos ótimos jogadores, ótimos zagueiros. Vou ter que brigar por essa vaga. O Ancelotti deixou bem claro que as pessoas que jogam vão ter que estar bem fisicamente, vão ter que estar 100%, e vai depender de mim. Se eu estiver bem no dia-a-dia, bem no meu clube, vou conseguir corresponder com o que ele quer”.
Militão, então, comentou sobre as características de Ancelotti. Juntos, venceram duas vezes a Liga dos Campeões (em 2021/22 e 2023/24):
“Por tudo o que já ganhou, ele consegue administrar bem o vestiário. Ele é um companheiro dentro e fora de campo. Ele deixa as pessoas com a sensação de importância dentro do grupo, quem está jogando, quem não está. Até pela vivência dos grandes clubes por onde ele passou, ele consegue administrar bem isso”.
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