Abel Ferreira revela mágoa com torcida, mas demonstra desejo de seguir no Palmeiras
Técnico reafirma vontade de continuar, embora se sinta abalado por ofensas ''pós dérbi''

O técnico Abel Ferreira vive um momento de contrastes no Palmeiras. Após comandar o time em mais uma campanha marcante na Libertadores, que culminou na goleada por 4 a 0 sobre a LDU e na classificação para a final, o português voltou a falar sobre o futuro e revelou que ainda está magoado com parte da torcida.
Na coletiva após o jogo, Abel demonstrou emoção ao comentar o episódio de hostilidades sofridas na eliminação para o Corinthians, nas oitavas de final da Copa do Brasil. Além disso, reconheceu que as ofensas o fizeram refletir sobre sua permanência.
“Não preciso assinar contrato, a Leila sabe o que eu quero. Eu fiquei muito magoado com aquilo que ouvi de uma parte da torcida, não estava à espera. Por isso, digo a Leila: não vale assinar, porque não vou continuar se não houver condições de continuar”, afirmou o treinador, que tem vínculo com o clube até dezembro deste ano.
Mesmo com o contrato vigente, o técnico é alvo de propostas do exterior. Recentemente, chegou a ser cogitado pelo Nottingham Forest, da Inglaterra, mas rejeitou a ideia de trocar um clube que disputa títulos por outro que luta contra o rebaixamento na Premier League.
“Tem clubes que já me ligaram de todos os lados. Vocês veem a Inglaterra, a gente vai para o meio da tabela. Postecoglou fez nove jogos e foi demitido”, lembrou Abel, referindo-se ao breve trabalho do treinador australiano Ange Postecoglou no Forest.
Ecos do Dérbi recente ainda refletem
O episódio de maior desgaste com a torcida ocorreu no Dérbi contra o Corinthians, quando Abel reagiu ironicamente aos xingamentos de um grupo de torcedores durante a partida. A reação repercutiu mal na época e gerou críticas nas redes sociais. Mesmo assim, o treinador faz questão de destacar o carinho pelo clube e a relação de confiança com a presidente Leila Pereira e o elenco:
“É duro estar no Brasil. Não pelo clube. Mas porque vocês jornalistas são duros, alguns passam do ponto, e às vezes eu questiono para mim mesmo se é isso que quero. Olhando para o clube, estrutura, o Palmeiras para mim é um oásis. Não sei se vamos ganhar títulos ou não, mas a Leila sabe o que quero, os jogadores sabem que gosto de os treinar. Temos cinco anos, pensei que seriam cinco meses. Eu gosto de estar aqui”.
Em setembro, Leila revelou publicamente a proposta feita ao português: renovação até o fim de 2027, sem multa rescisória para nenhuma das partes. Contudo, segundo Abel, a negociação foi direta, sem intermediação de seu empresário, Hugo Cajuda.
“Não preciso ter nada assinado, para mim basta de boca”, completou o português.
Abel Ferreira, que está no Palmeiras desde 2020, disputará sua terceira final de Libertadores em seis edições do torneio. Bicampeão continental, o técnico busca agora o tricampeonato, feito que o consolidaria de vez como o treinador mais vitorioso da história alviverde.
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