Suspenso por grande confusão, jogo do Boca termina com morte de torcedor
Partida do time xeneize com o Gimnasia, em La Plata, é marcada por tumulto dentro e fora do estádio; autoridades e personagens do jogo divergem sobre motivo do distúrbio

SBT Sports
07/10/2022 às 10:41 • Atualizado 08/12/2023 às 20:34
A noite dessa última quinta-feira (6) foi de terror para o futebol argentino. Em La Plata, Gimnasia y Esgrima e Boca Juniors entraram em campo por somente oito minutos, em partida suspensa por grande confusão. O tumulto dentro e fora do estádio Juan Carmelo Zerillo resultou na morte de um torcedor. Autoridades e personagens do jogo divergem sobre a causa do distúrbio.
O grande tumulto começou pouco antes de a bola rolar, quando torcedores do Gimnasia tentaram entrar no estádio e se depararam com portões fechados, o que começou a confusão. O policiamento da partida tentou conter o distúrbio com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
A grande quantidade de gás utilizado pelos policiais chegou a parte interna do estádio Juan Carmelo Zerillo, e o árbitro optou por interromper o jogo da equipe local contra o Boca Juniors. Afetados pelo gás lacrimogêneo, torcedores deixaram as arquibancadas e foram para o gramado do estádio. Zagueiro do Boca, o experiente Marcos Rojo tentou ajudar torcedores arremessando garrafas de água para a arquibancada. O torcedor César Regueiro, de 57 anos, sofreu uma parada cardíaca e faleceu durante o tumulto.
La Asociación del Fútbol Argentino, con el Presidente Claudio Tapia a la cabeza, lamenta con dolor el fallecimiento de César Gustavo Regueiro, simpatizante del club @gimnasiaoficial, y envía sus condolencias a familiares y seres queridos. pic.twitter.com/jUdis0uFcF
? AFA (@afa) October 7, 2022
Nas redes sociais, a AFA (Associação do Futebol Argentino) lamentou a morte do torcedor do Gimnasia y Esgrima. Em outra publicação, a federação que gere o futebol no país vizinho repudiou as cenas ocorridas e reforçou que continuará trabalhando para evitar situações desta magnitude.
"A AFA repudia veementemente os acontecimentos de conhecimento público ocorridos hoje nas imediações do estádio do Gimnasia e expressa seu compromisso de continuar trabalhando para erradicar este tipo de episódios que mancham a festa do futebol", publicou a AFA.
Divergência
Autoridades e personagens envolvidos na partida divergem sobre o motivo das cenas ocorridas em La Plata. A Agência de Prevenção de Violência no Esporte da Argentina (Aprevide) alegou que houve superlotação no estádio Juan Carmelo Zerillo, que tem capacidade para quase 30 mil torcedores.
Um representante da entidade considerou que esta foi a suposta causa do tumulto: "O jogo não vai acontecer de imediato. O estádio do Gimnasia estava 100% cheio e ainda havia cerca de 10 mil pessoas do lado de fora. A partida transcorria normalmente até os 9 minutos. Estamos investigando se venderam ingressos a mais", apontou Eduardo Aparicio, titular da Apravide.
A alegação do representante da Agência de Prevenção de Violência no Esporte da Argentina foi acompanhada por Sergio Berni, Ministro de Segurança da província de Buenos Aires. O presidente do Gimnasia, no entanto, esclareceu que o clube não vendeu ingressos a mais.
"Temos capacidade, após a última revisão, para 29.953 torcedores. E temos 25.890 sócios que geralmente vão ao estádio. Nós comprovamos pelas vendas, a AFA permite que você venda ingressos com limite, e 3.254 ingressos foram vendidos. É verdade, houve até devolução de ingressos. Nós passamos a informação ao inspetor da AFA. Não havia ingressos falsos... Eu juro e garanto", afirmou Gabriel Pellegrino, presidente do Gimnasia, em entrevista coletiva.
O jornal Olé, principal veículo esportivo da Argentina, publicou nesta sexta-feira (7) uma forte capa para noticiar a confusão ocorrida. Na manchete, o veículo esportivo escreveu "Assassinos", em crítica feita à polícia da partida. O Olé considerou que houve força excessiva na ação realizada pelo policiamento.
? #LaTapaDeOlé | Viernes 7 de octubre pic.twitter.com/jFiob8Sg5s
? Diario Olé (@DiarioOle) October 7, 2022