Alex Silva: "Messi era assunto no mundo todo, menos no nosso grupo"
Campeão da Copa América sobre a Argentina, ex-zagueiro relembra conquista de 2007 e projeta decisão deste sábado (10)

SBT Sports
Campeão da Copa América sobre a Argentina, em 2007, e tricampeão brasileiro pelo São Paulo, entre 2006 e 2008, o ex-jogador Alex Silva comentou sua expectativa em relação à final do torneio continental, que acontece neste sábado (10). A decisão terá cobertura especial do SBT a partir das 20h15.
Alex Silva afirmou que pouco se falava em Lionel Messi no vestiário da seleção brasileira. Segundo ele, sequer houve marcação individual na jovem revelação da Albiceleste. Além disso, o ex-jogador reforçou que o elenco estava muito focado, já que poucos acreditavam na capacidade dos comandados de Dunga e a pressão das últimas decisões entre Brasil e Argentina motivava ainda mais os ateltas a conseguirem a vitória.
Como você avalia a campanha da seleção brasileira e qual sua expectativa para a final deste sábado?
Creio que o conjunto dessa seleção é muito bom. Tem uma defesa sólida, que toma poucos gols, tem um meio-campo muito forte, uma criação muito forte e um ataque que faz muitos gols. Isso é provado nas estatísticas. A seleção brasileira é a primeira nas eliminatórias, chegou com sobra nessa final e eu creio que ela é a grande favorita para a conquista desse título. Nós estamos esperando que hoje, ao final dessa partida, nós possamos levantar esse caneco e conseguir manter esse tabu ao nosso favor.
Em 2007, Messi já era assunto no vestiário da seleção brasileira?
O Messi era assunto no mundo todo, em toda a América do Sul e entre a imprensa, porém, no nosso grupo o Messi não era assunto. O assunto do nosso grupo era ser campeão. Me lembro bem que o nosso objetivo era fazer um bom jogo fisicamente, taticamente e tecnicamente. Não houve nenhuma marcação individual sobre o Messi, foi uma marcação setorizada. Nosso meio-campo de conta do recado. O Messi teve poucas chances no jogo. Ele foi um assunto mais das pessoas que estavam fora, do que propriamente entre nós jogadores
Qual a principal recordação que você possui daquele grupo de 2007?
Nós não éramos simplesmente uma seleção, um grupo de jogadores, éramos uma família. Embora a imprensa brasileira não acreditasse na nossa seleção, nós unimos forças para tornar o ambiente familiar.
O técnico Tite possui um banco de reservas muito talentoso. Você esteve no lugar desses jogadores naquela competição. Como o atleta absorve a conquista de um título tão importante do banco?
Qualquer título, qualquer taça que você levanta ou medalha que você recebe é algo que fica marcado para o resto da vida. Ainda mais se tratando de seleção brasileira. Pro resto da vida isso está marcado. Estou ali na foto com a minha medalha. Isso vai ficar marcado para os meus filhos. Embora como um atleta que estava no banco de reserva, nenhum de nós nos sentíamos como reserva. Quando você está na seleção brasileira, todos são titulares, todos têm capacidade para jogar a qualquer momento. Só pode jogar onze, mas estamos entre os melhor do nosso país. Nunca nos consideramos como um reserva. Eu me considerava feliz e realizado porque estava entre os melhores zagueiros do país. Hoje o banco da seleção é um banco recheado dos melhores jogadores. É um banco de muito mais qualidade do que a nossa geração.
As vitórias de anos anteriores sobre a Argentina tiveram algum peso na decisão daquela final?
Nós fomos para essa final contra a Argentina com uma responsabilidade muito grande. Em 2004, o Brasil venceu daquela forma emocionante. Me lembro que naquele dia eu estava na sala de casa, junto da minha família, e no último lance do jogo o Adriano fez o gol de empate. Nós fomos para os pênaltis e conseguimos o título. Naquele jogo de 2007, nós relembramos tudo isso. A Argentina também tinha responsabilidade grande em tentar nos superar para apagar a última Copa América, mas não teve jeito, o Brasil levou a melhor novamente.
O que passou na sua cabeça quando o árbitro encerrou a partida?
É uma sensação inexplicável. Quando o árbitro apitou o final daquele jogo, eu corri que nem louco e abracei meus companheiros. Se tratando de uma Argentina, nosso principal rival, ganhando bem e convencendo, é uma sensação inexplicável. A conquista ficou marcada na minha memória para sempre e vai ficar para minha futura geração.
Qual foi o jogo mais difícil daquela Copa América?
O jogo mais difícil que tivemos na Copa América foi contra o Uruguai. Foi um jogo parelho, muito duro, contra uma seleção muito forte. Eles tinham Lugano, Suárez, Loco Abreu, Forlán. Foi muito difícil para nós. Me lembro bem quando o Afonso perdeu aquele pênalti. A gente ficou meio receoso, mas acabou dando tudo certo.