Palmeiras chega forte e sonha com bicampeonato da Liberta; relembre a trajetória do Verdão
Luxa, Abel, Dudu, Rony, Covid-19 e drama argentino; como o Alviverde se credenciou à final no Maracanã
Palmeiras chega forte e sonha com bicampeonato da Liberta; relembre a trajetória do Verdão
SBT Sports
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A caminhada do Palmeiras na edição 2020 da Libertadores começou com a vitória por 2 a 0 diante do Tigre (ARG), fora de casa. Naquele 4 de março, o clube abriu caminho para uma trajetória quase perfeita no Grupo B, com cinco vitórias, 1 empate e a melhor campanha geral da primeira fase.
À época comandado por Vanderlei Luxemburgo, o Verdão somou seus primeiros pontos no Alianz Parque nos 3 a 1 frente ao Guaraní (PAR), em noite iluminada de Luiz Adriano, autor de todos os gols alviverdes. Foi também a despedida do ídolo Dudu, que acabou emprestado para o futebol do Catar.
Mesmo sem sua principal referência técnica em campo, o clube deslanchou. Em uma competição atípica, paralisada durante seis meses em virtude da pandemia do novo coronavírus, a sequência alviverde mostrou que essa seria mesmo uma campanha especial. No último jogo do turno, diante do Bolívar, na altitude, quem brilhou foi Gabriel Menino, autor de um golaço de fora da área, o primeiro dele com a camisa do clube.
A primeira fase do torneio teve goleada em verde e branco. Vítima na ida, os bolivianos também sofreram em São Paulo, com um ataque inspirado e 5 a 0 na conta. Placar que se repetiu na última rodada, em novo encontro com o Tigre, quando o grupo já tinha o auxiliar Andrey Lopes no banco de reservas.
Tchau, Luxa!
Campeão Paulista no primeiro semestre, e indo bem na Libertadores, Vanderlei Luxemburgo acabou demitido após perder para o Coritiba pelo Brasileirão. Naquela altura, a paciência da torcida se esgotara e a as cobranças internas por resultados melhores e apresentações mais convincentes tornaram a permanência do antigo professor insustentável. Entrava em cena o "Cebolismo", prenúncio de novos tempos pelos lados da Academia de Futebol.
Sem Luxa, o Palmeiras encontrou em Andrey "Cebola" um pouco do DNA ofensivo tão aclamdo pela direitoria. Jogadores como Raphael Veiga e Rony "deram liga" e o time encorpou. O camisa 11, maior investimento do clube para a temporada, se tornou peça-chave no esquema e, rapidamente, caiu nas graças da torcida. Os números ajudam a entender o porquê: são cinco gols e 12 assistências no torneio. O homem Libertadores do Palmeiras tem nome e sobrenome: Rony Rústico!
À moda portuguesa
Abel Ferreira foi anunciado pelo Palmeiras no dia 30 de outubro. A boa impressão deixada na coletiva de apresentação se confirmou em campo, na estria dele em Libertadores, diante do Delfín (EQU), pelo primeiro jogo das oitavas de final. Vitória tranquila por 3 a 1 e baile no jogo de volta, 5 a 0.
Foi também pelo torneio continental que Abel encontrou sua primeira dificuldade. Jogando no Paraguai, diante do Libertad, o time não conseguiu repetir o bom desempenho que vinha tendo até então. O empate por 1 a 1, com gol do zagueiro Gustavo Goméz, ficou de bom tamanho, já que o adversário quase surpreendeu no último minuto, com uma bola na trave.
Em casa, o time fez o que se esperava. Um 3 a 0 maiúsculo para chegar às semifinais. A essa altura os "adeptos" verdes estavam mais "Abelizados" que nunca.
Nem o palmeirense mais otimista imaginava que a partida diante do River Plate (ARG), fosse entrar para a história do clube. Naquela semana, a lembrança dos 3 a 0 que garantiram o clube na final em 1999 tomou conta do noticiário esportivo. Pela frente, "Los Millonarios" de Marcelo Gallardo, campeões em 2018 e vice em 2019, até começaram melhor, mas um Palmeiras inspirado e avassalador fez 3 a 0 e viu os argentinos saírem de campo com um jogador a menos. Com um pé na final, o torcedor verde e branco sonhou alto. Só esqueceram de avisar o River...
Allianz Parque, 12 de janeiro de 2021. Rony sai na cara do goleiro Armani, no início do jogo, e perde ótima oportunidade. A partir desse lance o que se viu foi um verdadeiro massacre do River Plate. Sem conseguir segurar a bola no ataque, tampouco promover jogadas ofensivas, o Palmeiras foi presa fácil durante os 90 minutos e viu os argentinos abrirem 2 a 0 ainda no primeiro tempo. Mesmo sem torcida, silêncio, nervosismo, angústia. O árbitro de vídeo entrou em cena duas vezes, em uma delas para anular o gol que levaria a disputa para as penalidades.
Sem exageros, ficou barato para o Verdão, que saiu de campo fortalecido por "saber sofrer", mas ciente de que um vacilo desse tamanho na partida decisiva poderia ser fatal. Enfim, 20 anos depois, eis que a Sociedade Esportiva Palmeiras chega a mais uma final de Copa Libertadores. Dramático, como um bom tango argentino, sofrido, como somente os italianos sabem ser, emotivo, como é todo palmeirense espalhado pelo mundo. Maracanã, aí vamos nós!
Trajetória do Palmeiras na Libertadores 2020
2 a 0 Tigre (ARG) (fora)
3 a 1 Guaraní (PAR) (casa)
2 a 1 Bolívar (BOL) (fora)
0 a 0 Guaraní (PAR) (fora)
5 a 0 Bolívar (BOL) (casa)
5 a 0 Tigre (ARG) (casa)
3 a 1 Delfín (EQU) (fora)
5 a 0 Delfín (EQU) (casa)
1 a 1 Libertad (PAR) (fora)
3 a 0 Libertad (PAR) (casa)
3 a 0 River Plate (ARG) (fora)
0 a 2 River Plate (ARG) (casa)
Time base: Weverton, Gabriel Menino, Luan, Gustavo Gómez e Matías Viña; Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Rony, Willian (Gustavo Scarpa) e Luiz Adriano