Fair play financeiro no Brasil: entenda novo projeto
CBF iniciou neste ano análises e propostas para regulamentação de regras de gastos nos clubes brasileiros

SBT Sports
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) iniciou em 2025 as análises e propostas para a regulamentação de um fair play financeiro no Brasil, o chamado Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF). A confederação afirmou que não seguirá os mesmos modelos de La Liga, na Espanha, ou Premier League, na Inglaterra, porém, o principal objetivo do projeto é impedir que clubes brasileiros gastem mais do que arrecadam e frear o endividamento crescente entre as instituições.
FAIR PLAY FINANCEIRO EM OUTRAS LIGAS
Na Espanha, a La Liga adota o modelo chamado Limite de Custo de Plantel Esportivo, que estabelece um teto de gastos entre 50% e 60% da receita de cada clube com contratações. Nesse cálculo não entram receitas incertas, como possíveis vendas de jogadores. O descumprimento da regra pode resultar em punições severas, que vão de perda de pontos e redução de elenco até o rebaixamento.
Na Inglaterra, o sistema conhecido como Rentabilidade & Sustentabilidade impõe um limite máximo de prejuízo permitido aos clubes, que têm até três temporadas para ajustar as contas. Além disso, os proprietários só podem repor parte das dívidas dentro de um limite estabelecido. No orçamento também são consideradas as receitas das categorias de base. Violações podem acarretar desde perda de pontos até desclassificação em competições.
DISCUSSÕES NO BRASIL
A criação de um sistema de fair play financeiro é uma das prioridades da gestão de Samir Xaud na CBF. Em junho deste ano, a entidade formou um Grupo de Trabalho (GT) liderado por Ricardo Gluck Paul, vice-presidente da confederação, com participação de 34 clubes e 10 federações para discutir propostas e diretrizes
“Esse grupo vai definir o cenário do futebol brasileiro nos próximos anos. O que queremos é construir um ecossistema financeiro do futebol autossustentável, onde a gente sane as dívidas e tenha um futebol limpo, sem o dopping financeiro. Só quem ganha com isso é o futebol brasileiro como um todo”, afirmou Xaud.
O principal ponto de atenção é o desequilíbrio de clubes que gastam valores muito acima de suas receitas. Na primeira reunião do GT, em agosto, dirigentes demonstraram otimismo com a criação do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), projeto em estudo para o país.
“A necessidade de controle de gastos é urgente. A CBF se apresenta com um compromisso com o diálogo amplo e inédito no sentido de colocar federações e clubes, e os outros entes da discussão numa mesma mesa de trabalho”, declarou Ricardo Gluck.
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