Bruno Henrique, do Flamengo, pode virar réu por estelionato
Recurso também solicita multa milionária e proibição de vínculos com casas de apostas ao atacante do Rubro-Negro

Jogada 10
O caso envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e o irmão dele, Wander Lima Pinto Júnior, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (12). O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorreu para ampliar as acusações e incluir o crime de estelionato no processo, que já aponta ambos por fraude esportiva.
O episódio remonta ao Brasileirão de 2023, quando o Flamengo enfrentou o Santos, em Brasília. De acordo com o MP, o jogador buscou receber um cartão amarelo de forma intencional. Essa atitude teria favorecido o irmão e outros apostadores, que haviam registrado palpites em casas de apostas prevendo a advertência. O lance, de fato, ocorreu durante o jogo. Se condenados por fraude esportiva, os dois podem cumprir de dois a seis anos de prisão.
Em julho, o juiz Fernando Brandini Barbagalo aceitou parte da denúncia apresentada pelo MPDFT. Ele manteve a acusação por fraude esportiva contra oito pessoas, mas descartou o estelionato. Na mesma decisão, rejeitou o pedido de fiança de R$ 2 milhões para Bruno Henrique. O valor, segundo o MP, serviria para evitar interferências nas investigações e garantir a presença do atleta nas audiências.
O recurso atual insiste na cobrança dessa fiança e solicita medidas adicionais. Entre elas, a suspensão de contratos de patrocínio ou publicidade com casas de apostas, a proibição de abrir contas nesse tipo de plataforma e o veto a qualquer participação em apostas, mesmo por meio de terceiros.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) argumenta que existem provas suficientes e manifestação das empresas supostamente prejudicadas, o que, segundo o órgão, atende aos requisitos legais para enquadrar o caso também como estelionato. Agora, o juiz vai analisar o recurso e decidir se acata ou não as novas solicitações.
Defesa de Bruno Henrique vê “falha grave” do MP
O Ministério Público recorreu para que o juiz reconsidere a inclusão do crime de estelionato na denúncia contra Bruno Henrique. Segundo apuração do jornalista Venê Casagrande, do SBT Sports, a defesa do atacante recebeu a notícia com tranquilidade, afirmando que o órgão “cometeu uma falha grave” no processo.
De acordo com os advogados, o MP não anexou um documento essencial: uma manifestação das casas de apostas se declarando prejudicadas. Sem essa peça, o juiz rejeitou a acusação inicialmente — e, segundo a defesa, também não deve aceitar o recurso, já que o documento não pode mais ser incluído.
Ainda segundo a defesa, nenhuma casa de apostas registrou boletim de ocorrência contra o jogador ou os demais envolvidos. Por isso, acreditam que a denúncia por estelionato, que seria a mais grave e com pena mais alta, “não se sustenta”.
Veja mais
+ Flamengo e Atlético-MG sondam zagueiro Lucas Fasson, do Lokomotiv Moscou
+ Flamengo inicia série de jogos contra o Inter, e Filipe Luís aponta preocupações