Rickson Gracie é uma das maiores lendas da história das lutas, sendo um nome histórico do jiu-jítsu e representante da família mais vitoriosa dos tatames, além de ser um dos grandes da época em que o MMA era ainda o ‘vale tudo’. Mas, diante dos vários adversários que encarou, um deles talvez seja o mais difícil de todos, a doença de Parkinson.
O ex-lutador foi diagnosticado com a doença em 2021 e transformou tal experiência com o problema em um livro, ‘Conforto na Escuridão’. Ao ser entrevistado pelo MMAFighting sobre o assunto, o brasileiro não titubeou ao falar de como receber tal diagnóstico impactou sua vida em todos os sentidos.
– Já sentia alguns sintomas, como os tremores. Quando confirmaram, me senti meio perdido, mas meu subconsciente me disse que não era uma opção desistir. Que eu deveria lutar. Com isso na cabeça. decidi estudar entender este novo oponente que tenho na vida – declarou Rickson.
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A partir da confirmação do Parkinson, o ex-astro do Pride decidiu por várias mudanças em sua vida. Mudou-se da Califórnia para a Flórida e decidiu procurar diversos tratamentos para lidar com os efeitos da doença, além de exercícios físicos diários. Uma rotina esta que tem o preparado para lidar com a possibilidade de falecer
– Sei que irei morrer um dia, mas não tenho medo disto. Não quero deixar de fazer as coisas que me fazem ficar melhor. Se eu te perguntasse qual é a coisa mais importante que existe, o que você diria? Que é a sua vida. Essa é a resposta para que você seja a sua prioridade. Não por conta de egoísmo e só pensar em si, mas o melhor que você estiver hoje. Ficar na melhor forma possível me ajuda porque assim posso servir melhor a meu filho (Kron Gracie), a meus estudantes, amigos e me tornar importante na vida deles. E é isto que valorizo, os relacionamentos, o quanto as pessoas sentirão sua falta e o quanto você é importante para elas – comentou,
Além da saúde, uma verdadeira jornada espiritual a vivenciada por Rickson Gracie desde a descoberta da doença. O lutador afirmou que o processo de aceitação e de tentar manter corpo e mente sãos diante do talvez maior obstáculo de sua vida foram um ‘renascimento’ e que, agora, quer usar a situação que vivencia para manter o otimismo e ajudar as pessoas mais próximas.
– Me refiz, renasci das cinzas. Me sinto doente agora, mas estou feliz em poder continuar passando minha visão. Quero continuar servindo, estou feliz e recebendo ajuda das pessoas. Eu não mais consigo usar o meu corpo do jeito que fazia antes. Estou vivendo uma nova vida que me ajuda, me faz estar feliz e positivo. Não tenho nada do que reclamar, sou apenas grato – afirmou Rickson
