Mbappé denuncia o PSG por assédio moral e extorsão

A saída conturbada de Kylian Mbappé do Paris Saint-Germain acaba de ganhar novos contornos. O atacante francês, atualmente no Real Madrid, denunciou o ex-clube por assédio moral e tentativa de extorsão, acusando a diretoria parisiense de ter utilizado estratégias ilegais e abusivas para forçá-lo a renovar seu contrato em 2023.

A denúncia foi registrada no Ministério Público de Paris no dia 16 de maio, mas só se tornou pública nesta quarta-feira. Segundo documentos oficiais revelados por veículos como L’Équipe, Le Monde e AFP, Mbappé alega ter sido isolado do elenco principal no início da última temporada e mantido no chamado “loft” — grupo de jogadores considerados fora dos planos — como forma de pressão para que aceitasse um novo acordo com o clube.

Além disso, o jogador solicita o pagamento de aproximadamente 55 milhões de euros, valor referente a três meses de salários e bônus de produtividade que teriam sido retidos pelo PSG durante o período de impasse contratual. O valor também está no centro de um litígio trabalhista que corre paralelamente à investigação criminal.

Investigação judicial aberta

A Promotoria de Paris considerou as acusações graves o suficiente para abrir uma investigação judicial formal, com a nomeação de dois juízes de instrução independentes para conduzir o caso. Os magistrados vão apurar se houve, de fato, abuso por parte da diretoria do PSG, e se os direitos trabalhistas do jogador foram violados.

A prática de manter atletas afastados como forma de pressão contratual, conhecida informalmente como “lofting”, já havia sido denunciada pelo Sindicato Nacional dos Futebolistas Profissionais da França (UNFP). No início de 2024, o próprio sindicato classificou o modelo como ilegal e abusivo, criticando diretamente o PSG por reincidência nesse tipo de conduta.

Silêncio do clube

O PSG, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A denúncia, no entanto, reacende questionamentos sobre os métodos administrativos do clube e pode trazer implicações sérias, tanto jurídicas quanto esportivas.

Nos bastidores, o estafe de Mbappé também pressiona a UEFA para que o Paris Saint-Germain não receba licença para participar da próxima edição da Liga dos Campeões, enquanto os valores reclamados não forem quitados.

Mbappé deixou o PSG ao fim da temporada 2023–24, após sete anos defendendo a equipe da capital. A transferência para o Real Madrid foi concretizada sem custos de transferência, o que acirrou ainda mais os ânimos entre clube e jogador.