Quatro jogadoras do River Plate foram detidas em flagrante por injúria racial após o jogo contra o Grêmio, pela Brasil Ladies Cup, na última sexta-feira (20). As atletas Juana Cangaro, Camila Duarte, Milagros Diaz e Candela Díaz foram encaminhadas à 6ª Delegacia de Polícia, em São Paulo, e permanecerão presas por decisão da audiência de custódia, que considerou a ausência de vínculos das argentinas com o Brasil.
Segundo testemunhas e relatos das vítimas, Candela Díaz imitou um macaco durante a confusão que se seguiu ao empate por 1 a 1. O gesto foi direcionado a um gandula e gerou reação das jogadoras do Grêmio, que também alegaram ter sofrido injúrias raciais. O jogo terminou com seis expulsões do lado argentino e vitória administrativa do Grêmio por 3 a 0.
A advogada das jogadoras, Thaís Sankari, afirmou que as atletas estão assustadas e informou que entrará com pedido de habeas corpus neste domingo (22) para que elas possam responder em liberdade.
Repercussão e punições
O River Plate divulgou uma nota repudiando os atos das jogadoras e prometeu tomar medidas disciplinares. O clube também se comprometeu a apresentá-las à Justiça sempre que necessário e mantém contato constante com a defesa das atletas.
A organização da Brasil Ladies Cup eliminou o River Plate da competição e suspendeu o clube das próximas duas edições do torneio. Em nota, a entidade reafirmou o compromisso com o combate ao racismo e anunciou ações antirracistas na grande final entre Grêmio e Bahia, neste domingo (22).
Além de mensagens nos LEDs do estádio, representantes dos dois clubes finalistas irão ler um manifesto de combate ao racismo antes da partida.
Próximos passos
Com a decisão da audiência de custódia, as jogadoras envolvidas serão transferidas para um presídio em São Paulo. O Grêmio registrou boletim de ocorrência e solicitou punição ao River Plate nas esferas esportiva e judicial.
