Augusto Melo se diz perseguido desde o primeiro dia de gestão: "Não tenho paz para trabalhar"
Mandatário critica adversários internos e diz que pressão política tem atrapalhado sua gestão no clube

SBT Sports
16/05/2025 às 15:15 • Atualizado 16/05/2025 às 15:36
O presidente do Corinthians, Augusto Melo, poderá ser destituído do cargo em dez dias, quando o Conselho Deliberativo votará seu impeachment por questões administrativas relacionadas à sua gestão. Nesta sexta-feira (16), o mandatário se pronunciou durante entrevista coletiva na Neo Química Arena, concedida durante a apresentação de novos diretores estatutários.
Em tom de desabafo, o dirigente afirmou não temer a perda do cargo e classificou o processo como um "golpe" promovido por opositores — posição reforçada por integrantes da nova diretoria.
"São dez dias? Sim, são dez dias, mas dez dias que vou trabalhar para o Corinthians. Se eles querem quebrar um processo gigantesco, o problema e a responsabilidade são deles. Estamos tendo a coragem de trazer o Corinthians de volta ao protagonismo. Estamos aqui para valorizar a marca, valorizar os atletas. Estou preocupado em trabalhar para ajudar o Corinthians", declarou Augusto Melo, que complementou:
"Estou sofrendo o impeachment desde o dia 2 de janeiro de 2024. Não tenho paz para trabalhar. Trouxemos credibilidade, grandes receitas ao Corinthians, hoje os credores sabem quando vão receber."
Mesmo em caso de aprovação do impeachment pelo Conselho, a saída definitiva do presidente só ocorreria após a realização de uma assembleia com os sócios do clube.
Augusto Melo também é investigado no caso VaideBet, patrocinadora que rescindiu um contrato de R$ 360 milhões com o Corinthians após denúncias sobre o pagamento de comissões não previstas em contrato. A Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro, que investiga o caso, deve concluir o inquérito até o fim do mês e já rastreou recursos que ligariam dirigentes corintianos a membros do crime organizado.
Em nota, o Corinthians afirmou que “não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária do clube” e disse que não comentará o caso, que segue sob segredo de Justiça.