Ancelotti será o quarto estrangeiro da história a treinar a seleção brasileira; relembre outros
Italiano foi anunciado nesta segunda-feira (12) como novo treinador da Seleção Brasileira

12/05/2025 às 09:23 • Atualizado 12/05/2025 às 15:43
Carlo Ancelotti foi anunciado como novo técnico da seleção brasileira. Entretanto, a escolha por um comandante estrangeiro não é novidade na entidade, já que o italiano será o quarto treinador estrangeiro da história do Brasil.
Em quase 110 anos de existência, a seleção brasileira teve 34 treinadores, além de outros 19 com o título de interino. Nesta lista, aparecem o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez. O trio totaliza sete partidas, com cinco vitórias, um empate e uma derrota.
Ramón Platero – Uruguaio – 1925
O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro estrangeiro a comandar a seleção brasileira. Campeão sul-americano como treinador de seu país em 1917, ele chegou ao Brasil dois anos depois para trabalhar no Fluminense e teve passagens ainda por Flamengo e Vasco. No time de São Januário que recebeu a oportunidade de comandar o Brasil no Campeonato Sul-Americano de 1925, na Argentina, antiga versão do que hoje é a Copa América.
Foram apenas 19 dias como treinador da Seleção. Na estreia do Sul-Americano, o Brasil fez 5 a 2 no Paraguai, mas caiu logo em seguida por 4 a 1 para a Argentina. O torneio foi disputado em pontos corridos com turno e returno. O Brasil voltou a vencer os paraguaios por 3 a 1, e decidiu o clássico com os argentinos, que terminou em 2 a 2 com direito a briga generalizada e gritos de “macaquitos” de torcedores que invadiram o gramado, segundo relatos da imprensa da época.
A confusão gerou protestos na CBD, e o Palácio do Itamarati chegou a decidir que o Brasil ficaria fora das edições seguintes da Copa América, voltando a disputar somente em 1937.
Joreca – Português – 1944
Jorge Gomes de Lima, o Joreca, é o único europeu a ter comandado a seleção brasileira. Sua primeira experiência no futebol foi como jornalista. Comentarista de rádio, passou a dividir seu tempo com a faculdade de educação física no início dos anos 40 e chegou a ser árbitro antes de ter oportunidades à beira do campo.
Logo na estreia como treinador, foi campeão Paulista pelo São Paulo em 1943. Foram 172 jogos no comando do Tricolor Paulista e mais dois títulos estaduais, em 1945 e 1946.
Antes do bicampeonato, teve a oportunidade de comandar o Brasil ao lado de Flávio Costa, multicampeão por Flamengo e Vasco. Um representava o Rio de Janeiro, o outro São Paulo, e juntos eles treinaram a Seleção em dois amistosos contra o Uruguai em 1944, com duas vitórias: por 6 a 1 e 4 a 0.
Filpo Nuñez – Argentino – 1965
O único argentino a comandar a seleção brasileira, em uma situação histórica. Em 1965, Vicente Feola era o treinador da seleção já bicampeã do mundo, mas a CBD decidiu que o Palmeiras representaria o Brasil em amistoso contra o Uruguai para a inauguração do Mineirão. Como “Don Filpo” era o responsável pelo clube paulista, ele quem estava à beira do campo no 3 a 0 sobre o Uruguai.
Por conta da situação, o argentino é tratado como interino, mas foi, por um dia, treinador da Seleção. Filpo teve uma longa carreira como treinador, desde 1948, quando estreou aos 28 anos no seu primeiro clube, o Independiente de Rivadavia, até 1997, quando assumiu o time feminino do Palmeiras. Falecido em 1998, aos 78, ele era tio de Eduardo Coudet, treinador argentino em atividade que foi demitido recentemente do Atlético Mineiro.
Com quase 30 clubes brasileiros no currículo, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965 pelo Palmeiras.
Agora, após grande novela, Carlo Ancelotti assumirá a Seleção Brasileira e se torna o quarto estrangeiro da história a assumir o comando técnico do Brasil.