Entenda possíveis punições para Independiente e La U por partida cancelada pela Conmebol
Confronto válido pelas oitavas de final da Sul-Americana, foi marcado por brigas e centenas de presos e feridos
Jogada 10
O confronto de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana entre Independiente e Universidad de Chile, realizado nesta quarta-feira (20), em Avellaneda, foi interrompido no início do segundo tempo após uma confusão generalizada nas arquibancadas. A briga entre torcedores das duas equipes ganhou repercussão internacional.
Por questões de segurança, o árbitro encerrou a partida de forma definitiva aos 4 minutos do segundo tempo, quando o placar marcava 1 a 1, e a Universidad de Chile vencia o confronto agregado por 2 a 1. Diante dos episódios, surgem dúvidas sobre as consequências jurídicas para ambos os clubes. Segundo o Código Disciplinar da Conmebol, Independiente e Universidad de Chile podem ser punidos.
“O Manual de Clubes da Copa Libertadores determina que, em caso de cancelamento da partida, a responsabilização dos clubes, por atos próprios ou de pessoas pelas quais possam ser responsáveis – como seus torcedores –, se dará conforme o Código Disciplinar da Conmebol. Pelo Código, qualquer pessoa, física ou jurídica, pode sofrer sanções por condutas indevidas que pratique. Não há nada que isente o clube visitante, nem limita as punições apenas ao mandante”, explica Felipe Crisafulli, sócio do Ambiel Bonilha Advogados e membro da Comissão de Direito Desportivo da OAB/SP.
Independiente e Universidad de Chile podem ser punidos simultaneamente
Em caso de aplicação de multa, o artigo 6 do Código Disciplinar da Conmebol estabelece limites: elas não podem ser inferiores a 100 dólares, nem superiores a 400 mil dólares, valor máximo previsto no Estatuto da entidade.
“Esse mesmo dispositivo permite a aplicação de mais de uma sanção pelo mesmo fato, ou seja, podem ser combinadas advertência e jogos com portões fechados, ou até multa e exclusão da competição (inclusive de edições futuras), dependendo da análise dos fatos e da decisão dos órgãos competentes da Conmebol”, acrescenta o advogado.
Crisafulli ressalta, porém, que a exclusão da competição é pouco provável, considerando o histórico de penalidades da entidade: “Salvo se o caso for considerado muito mais grave que outros anteriores, sanções como multa e suspensão da torcida em estádios são mais prováveis e comuns do que perda de pontos ou exclusão da competição em situações como esta”.
