Vice-presidente da CBF prega urgência do fair play financeiro
Ricardo Paul chefia comissão que visa a implementação da medida e declarou que o "Navio bateu no iceberg e está afundando"

Jogada 10
O vice-presidente da CBF, Ricardo Gluck Paul, defendeu com urgência a implantação de um sistema de fair play financeiro para os clubes do futebol brasileiro. Em participação no Fórum Sustentabilidade em Campo, realizado nesta segunda-feira (4), em São Paulo, o dirigente destacou que este é, atualmente, o tema mais importante para a reestruturação do esporte no país.
“Em 2019, já se falava em fair play financeiro, em um plano de contenção de gastos, porque se enxergava para onde o futebol brasileiro estava caminhando. Nada foi feito. É como se, naquela época, víssemos o Titanic na direção do iceberg e não tentássemos desviar”, afirmou Gluck Paul durante debate sobre sustentabilidade em grandes eventos esportivos. “O navio bateu no iceberg e está afundando”, completou.
Presidente da Federação Paraense de Futebol, o dirigente lidera uma comissão formada por clubes e federações estaduais. O grupo trabalha na elaboração de um plano de fair play financeiro que a CBF pretende implementar a partir de 2026. A comissão conta com a participação de 33 clubes — os 20 da Série A e outros 13 da Série B —, além de representantes de dez federações estaduais.
“Há quem escolha tocar música e esperar o navio afundar, e há quem jogue a boia para tentar salvar os outros. Estamos no caos. A CBF escolheu jogar a boia”, afirmou.
Segundo Gluck Paul, o objetivo é entregar, em até 90 dias a partir do início dos trabalhos do grupo, um relatório com a proposta de modelo. A partir disso, caberá à presidência da CBF definir a implementação.
“O esforço que está sendo feito é para que entre em vigor em 2026. Agora, naturalmente — e isso é uma opinião pessoal — acredito que será necessário construir uma onda inicial, uma intermediária e assim por diante”, explicou ele ao portal ge, em junho.
“É um processo que precisa ser conduzido com responsabilidade, para evitar um colapso. Não será algo aplicado da noite para o dia. Tem que ter relevância, atingir os objetivos que buscamos, mas com uma implementação gradual”, concluiu.