Vini Jr: "A felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais"
Alvo de fala racista, atacante do Real Madrid fez forte pronunciamento via redes sociais nesta sexta-feira (16)

Vinícius Júnior usou as redes sociais para se manifestar após ter sido alvo de racismo de Pedro Bravo, presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores. Em forte pronunciamento, o atacante do Real Madrid disse que "a felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais". E ainda mandou um recado: "aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar de bailar" (veja abaixo o vídeo e a transcrição completa).
Vini Jr foi alvo de uma opinião de teor racista na última quinta-feira (15). Pedro Bravo, agente de jogadores na Espanha, disse que o camisa 20 merengue "tem que deixar de fazer macaquice". Nesta sexta, a polêmica tomou conta da internet. A hashtag #BailaViniJr ficou entre os assuntos mais comentados ao longo do dia.
O atacante recebeu apoio de Pelé, de diversos jogadores, da CBF, do Real Madrid, do Flamengo e de outros clubes durante o dia. À noite, ele divulgou o vídeo abaixo.
???! Obrigado pelo apoio! Eu não vou parar! #BailaViniJr pic.twitter.com/h3RsmwYAYw
? Vini Jr. (@vinijr) September 16, 2022
Confira o pronunciamento
"'Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho nos olhos, haverá guerra'. Tenho essa frase tatuada no corpo e tenho atitude na minha vida que transforma essa filosofia em prática. Dizem que felicidade incomoda. A felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais. Mas a minha vontade de vencer, meu sorriso, meu brilho nos olhos são muito maiores do que isso. Fui vítima de xenofobia e racismo numa só declaração. Mas nada disso começou ontem.
Há semanas, começaram a criminalizar minhas danças. Danças que não são minhas. São do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros. Dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo.
Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar. Não costumo vir publicamente rebater crítica. Sou atacado e não falo, sou elogiado e também não falo. Eu trabalho, e muito. Dentro e fora de campo.
E o roteiro sempre termina com um pedido de desculpa. Ou um 'fui mal interpretado'. Mas repito para você, racista: eu não vou parar de bailar. Seja no sambódromo, no Bernabéu ou onde eu quiser. Com carinho e sorriso de quem é muito feliz, Vini Jr."









